Cátedra UNESCO de Educação de Jovens e Adultos

Confira o livro de Jorge Osorio Vargas - PAULO FREIRE ENTRE NÓS: 50 anos de Pedagogia do Oprimido


Confira o livro de Jorge Osorio Vargas - PAULO FREIRE ENTRE NÓS: 50 anos de Pedagogia do Oprimido
Publicado no dia 10/10/2018 21:11

APRESENTAÇÃO

 

    Os autores/as dos capítulos deste livro são independentes para publicar - por ocasião dos cinquenta anos da Publicação de Pedagogia do Oprimido de Paulo Freire - alguns de seus textos mais significativos sobre sua carreira pessoal e pedagógica com o Paulo. Alguns eram participantes e parceiros em projetos de trabalho com ele. Outros reconhecem relacionamentos de amizade profunda por décadas. E todos eles testemunharam a influência do pensamento e da prática freiriana em seus círculos de formação como educadores e pesquisadores.

    Cada capítulo é uma reflexão sobre as abordagens mais relevantes do trabalho de Freire, tanto como para uma pedagogia crítica, capaz de provocar uma mudança paradigmática na Educação latino-americana, assim como no impacto que gerou na vida pessoal, profissional e política de seus autores. Ou seja, podemos dizer que este é um livro memorial, que reconhece em Freire uma matriz nutritiva para pensar em história da América Latina e nos desafios dos educadores de contribuir para a construção de uma sociedade justa e igualitária.

    O livro é também uma contribuição para repensar a historicidade do compromisso social e político dos educadores latino-americanos desde os anos sessenta do século passado, itinerários da rebelião pedagógica durante as décadas repressivas das ditaduras militares, bem como projetos de transformação social e paz que têm sido os protagonistas dos movimentos sociais de libertação e àqueles que colocam as demandas na agenda pública feministas, ecologistas, direitos humanos, indígenas e igualdade de gênero.

    Nesse sentido, a visão inédita de Freire que incorporamos no livro, feita em Santiago do Chile no início dos anos noventa, no século XX. Freire questiona socialismos autoritários e convida desenvolver novas formas de fazer política, a partir da vida comunitária setores populares. Antes do chamado "fim da história" e a hegemonia do pensamento único, slogans tão usuais. No início da década de 1990, após a queda do Muro de Berlim, elevou-se a necessidade de criar novos horizontes de ação cultural e educacional, acerca dos valores próprios, culturais e conhecimentos estéticos dos povos. Com essas expressões Freire ratificou as experiências, já em andamento em muitos países do continente, com o objetivo de dar proeminência à Pedagogia do "diálogo de saberes", como uma busca compartilhada de novos "inéditos possíveis", o modo particular de chamada freiriana para a tensão irrenunciável para a construção de mundos de paz e justiça. Diálogo das culturas locais, recuperação de conhecimento, para que os povos liderem as democracias e invocação da esperança como modo de vida para os/as educadores/as, eram slogans de Freire para fazer sentido humano profundo para o processo de recuperação política que o Chile estava vivendo na ditadura militar.

    Refletir e comemorar Freire é uma oportunidade que os autores utilizam para propor como uma experiência de chamada intergeracional sobre o significado atual do conhecimento pedagógico crítico e transformador; um convite para a confluência das capacidades dialógicas dos novos movimentos de educação popular e comunitária, bem como educadores/as para que eles/as trabalhem todos os dias para tornar possível "outra educação" fundada na inclusão, no respeito pela diversidade e na resistência a todos os tipos de discriminação.

    Freire fez da educação o campo de um movimento cultural, pedagógico e político em que cada pessoa e as comunidades poderiam dizer sua "palavra", entender o "Mundo" e desenvolver ações coletivas para democratizar a sociedade, no sentido da distribuição social do poder e do conhecimento. Freire estava ciente de que os/as educadores/as são sujeitos procriadores, fertilizantes e é confiado a eles, até o final de seus dias na terra, a tarefa de mobilizar e inventar palavras com poder. Nessa perspectiva, convidamos você a ler este livro.

Jorge Osorio Vargas


Valparaíso, setembro de 2018

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