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Com audiodescrição e libras, SPFW tem primeiro desfile inclusivo

Lilian Pacce foi convidada para narrar os dois primeiros desfiles do Projeto Estufa, das marcas Korshi e Âo
publicado: 17/10/2019 16h31, última modificação: 17/10/2019 16h43

Moda para todos! Pela primeira vez em 48 edições, a São Paulo Fashion Week terá desfiles inclusivos. Em parceria com a prefeitura da cidade, a ideia é tornar o conteúdo das passarelas acessível a deficientes visuais e auditivos por meio de intérpretes de libras e audiodescrição.

A jornalista e consultora de moda Lilian Pacce foi convidada para dar o ponta pé inicial e narrar os dois primeiros desfiles do Projeto Estufa, das marcas Korshi e Ão. “Fiz muita transmissão do Fashion Week, durante o GNT Fashion. Mas hoje eu tinha uma responsabilidade muito grande que era realmente fazer quem não vê enxergar o que estava acontecendo”, comenta a jornalista.

Luise Gomes, que é cega, conferiu de perto o desfile inclusivo (Reprodução/CLAUDIA)

Audiodescrição: Fotografada dos quadris para cima, Luise está de pé e segura a alça da bolsa trespassada. Ela veste um vestido preto com estampas florais discretas e tem uma pulseira de continhas brancas no braço esquerdo. Tem pele branca, é magrinha, de cabelos longos e encaracolados e sorri para a foto. No pescoço repousa o audiofone e o celular, como um colar.  Atrás dela, pessoas de pé conversam animadamente.

Como ouvinte, Luise Gomes, 22 anos, revelou como foi a experiência de acompanhar o que acontecia nas passarelas pelas informações narradas. “Eu nunca tinha visto um desfile com audiodescrição, foi algo diferente mesmo. A Lílian (Pacce) conseguiu passar tudo o que estava acontecendo”, explicou a jovem.

Para Lilian, o momento foi marcante. “Fiquei muito emocionante porque você pensa ‘Como que eu faço para a pessoa ver o que está acontecendo, como eu descrevo, como eu falo da cor’. E a Luise, que estava do meu lado, ficou bem entusiasmada, então eu acho que deu certo”.

A consultora de moda acertou em cheio na suposição, já que a jovem revelou a CLAUDIA como foi a relação do tempo com as informações narradas. “Achei que o primeiro desfile principalmente foi super-rápido, mas ela estava falando tudo da roupa, da calça, de tudo. O segundo teve mais detalhes. Deu para acompanhar bem, me empolguei para ver os próximos”, finalizou Luise.

A oportunidade que Luise, deficiente visual, teve para ficar por dentro de desfiles da SPFW poderia ser estendida para mais gente, como revela Lilian Pacce: “Seria muito bacana ter esse recurso em todos os desfiles. Sei que é complexo, mas seria maravilhoso”.